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“Adoração Profética” Novidade? Moda? Esquisitice? Será que alguém explica o que é?”

O Espírito Santo está falando com a Igreja ainda em nossos dias. Apocalipse 2 e 3 nos ensina que o Espírito Santo tem algo a falar com a Igreja desde os dias da ascensão de Jesus. Ele foi enviado para conduzir a Igreja na Sua missão de agente de Deus para implantar o Seu Reino na terra.

Este princípio está por trás das palavras de Jesus que finaliza cada carta que ele dirigiu às sete igrejas: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Também explica as palavras de Jesus em João 16:13. Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. De acordo com as palavras de Jesus, a Igreja deve ter um relacionamento vivo e dinâmico em que o Espírito Santo fala, a Igreja ouve e obedece a direção que o Espírito dá.

Na verdade é o mesmo paradigma que Jesus vivia: dependência plena do Espírito Santo. Creio que Jesus viveu assim na terra para exemplificar este paradigma para a Igreja. Seria necessário seguir o mesmo para cumprir a vontade de Deus em estabelecer o Seu Reino na terra. O Espírito Santo é quem nos conduz em nosso papel como cooperadores com Deus para implantar o Seu reino aqui.

Atos 3:21 ensina que Deus está conduzindo a “restauração de todas as coisas”. Eu creio que este termo: adoração profética é algo que o Espírito Santo está falando para a Igreja nos nossos dias e não é novidade, nem moda, e muito menos, esquisitice.

Uma maneira para discernir quando o Espírito Santo está falando com a Igreja hoje é de observar a Igreja dentre os povos e nações. Se o Espírito está falando com as igrejas observaremos que o que Ele fala surgirá simultaneamente nas igrejas de cidades e nações e assim haverá uma testificação objetiva de que é Ele que está falando. Um  levantamento simples entre os povos indica que este termo começou a ser usado na Igreja simultaneamente em muitos lugares em nossos dias. Sei que o Espírito Santo, no Seu papel de “parakletos”, fala com a Igreja no propósito de conduzi-la na implantação do Reino de Deus na terra.

Precisamos entender o que Ele quer dizer com o termo “adoração profética” para podermos experimentar o que Deus propõe ao introduzir esta idéia na linguagem da Igreja. Então o que podemos entender?

Adoração profética. Vamos entender o “profético” para poder entender o que o Espírito Santo está falando. Vamos definir o “profético” como aquilo que Deus faz e fala para se dirigir ao ser humano para expressar os Seus pensamentos, sentimentos, desejos, determinações, e propósitos para com os habitantes da terra. Neste sentido, o “profético” traz à terra o que está no céu. Isso é coerente com o propósito de Deus em estabelecer o Seu reino aqui na terra. Lembramos que Jesus orou: Venha Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu. Esta frase revela que é a vontade de Deus estabelecer o Seu reino na terra e Ele irá fazer isso. O reino/governo que Ele tem no céu será estabelecido na terra.

O profético traz à terra o que está no céu. O propósito de Deus no profético é de propor uma visão, gerar uma expectativa, e revelar o Seu coração. Em falar sobre “adoração profética”, eu creio que Deus está gerando na Igreja uma visão e uma expectativa de algo que Ele deseja ver na terra: que a adoração da terra entre em concordância com a adoração do céu. Que adoremos a Deus na terra como Ele é adorado no céu. Que sejamos arrebatados pelo Seu Amor, Sua Santidade, Sua Bondade como os quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos e todos os adoradores celestiais. Que sejamos apaixonados como uma noiva que anseia o dia do seu casamento com Seu Noivo. Que os nossos “cultos” se tornem em momentos de encontro íntimo entre o Pai e seus filhos, entre o Noivo e a sua noiva.

E qual seria a razão do Espírito Santo falar isso para a Igreja? Será que há algo que precisa ser corrigido, transformado, modificado? Eu diria que sim. Vamos entender, Jesus está chamando a Igreja ao arrependimento desde o momento que Ele ditou as cartas às Igrejas do Apocalipse. Neste sentido o João foi profeta de Deus para chamar a Igreja ao arrependimento nas áreas que Jesus estava denunciando. Se olharmos para os profetas nas Escrituras, veremos que eles também tinham levantado suas vozes no mesmo sentido.

Podemos observar em Isaias 1:10-16:

“Ouvi a palavra do SENHOR… De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos… nem me agrado de sangue de … Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.”

O profeta está denunciando que a adoração da nação não está agradando mais ao Senhor. O Senhor declara que embora estejam adorando normalmente, Ele nem está recebendo esta adoração.

O seu contemporâneo Amós (9:11) também denunciou a adoração de Israel:

“Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi…” No momento em que Amós escrevia seu livro, o templo estava em pleno funcionamento. Com sua denúncia, Amós estava revelando o coração de Deus: Ele via a adoração do templo como “caído”.

“Adoração profética” não se trata de nenhuma “novidade” porque o que Deus propõe já existe no céu. Não se trata de “modismos”, pois adorar ao Senhor é a vocação sublime de todo ser e não moda. Torna-se “moda” por causa da nossa falta de discernimento do mover de Deus. Não se trata de “esquisitice” para aquele que sabe que adorar a Deus é algo que começou no céu e é sobrenatural.

Eu creio que o Espírito Santo está falando “adoração profética” como um chamado ao arrependimento. Creio que o Espírito de Deus está denunciando que a adoração da Igreja deixa a desejar como a adoração de Israel nos dias de Isaías e de Amós. Ele chama a Igreja para olhar para o padrão universal de adoração: a adoração dada a Deus no céu. Nas próximas edições pretendo tratar de várias implicações desta reflexão.

Mike Shea